Travessia...
Caminho a passos largos pela estreita rua,
Sentindo o vento a embater no meu rosto,
Questionando-me sobre a sua crua
Austeridade...
O lobo caseiro uiva,
Pressentindo a minha passagem
Nesta caminhada a passos largos
Que continua sem rumo.
Ganho vantagem,
A mãe Natureza não é suficientemente forte
Para combater a minha passagem vigorosa
Por este caminho sombrio.
Sem aviso, grito com toda a capacidade dos meus pulmões,
Pedindo à tempestade que amaine e deixe
De incomodar a minha passagem por um sitio tão banal
Como uma simples rua estreita, normal.
Sem aviso, a ventania passa a brisa,
E o Lobo caseiro transforma-se em pequeno cordeiro
Canino,
Pedindo festas com toda a sua inocência e irracionalidade.
A rua alarga, transformando-se numa pseudo-avenida
Com canteiros preenchida,
Transformando-se num local iluminado,
Alegre,
Feliz,
Contente.
Sinto-me um Deus,
Nem que seja por uma mera de fracção de segundo.
Acordo no meio do chão
Estatelado,
Sem o mínimo sentido de orientação.
Apercebo-me que a brisa voltou a ser uma ventania,
Que o pequeno cordeiro passou a lobo e
Toda a avenida estreitou e perdeu a sua cor e brilho,
Voltando a ser uma ruela escura por onde vagueio.
Perdi-me,
Sonhei e
Reencontrei-me,
E apenas desejo não me perder de novo.
Continuo a travessia com conhecimento,
Entendendo que luto contra tudo e contra todos,
Apenas acompanhado pelo meu sonho lúcido
Que me dá o alento para continuar a seguir em frente.
"O que não me mata torna-me mais forte."
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
"Blowin' in the Wind"
Por
J.
"Yes, how many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea ?
Yes, how many years can some people exist
Before they're allowed to be free ?
Yes, how many times can a man turn his head
Pretending he just doesn't see ?
The answer my friend is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind."
Música original por Bob Dylan
terça-feira, 28 de setembro de 2010
"Solitude"
Por
J.
Dia, o dia passa...
Escolho
Entre as palavras rasuradas
Uma que descreva o sentimento de solidão.
Está encontrada.
Vagueio neste pequeno enorme mundo
De sentimentos de clausura,
Fechando-me num espaço obscuro
Onde apenas falta a morbidez
De uma carcaça cercada por abutres.
Mas ela há-de chegar.
Reviro os olhos,
Tento encontrar-me com o amigo da foice,
Procuro caminhar para o outro lado,
Mas num ápice apercebo-me que estou a alucinar,
Tal é a descarga de dor
Proporcionada pela mágoa.
A pestilência do subconsciente consegue transmitir
Morte para o consciente, e esta mescla de
Odores tácteis que se forma em mim
Transborda para o mundo em redor,
Estendendo-se a todos os que me vagueiam.
Subscrever:
Mensagens (Atom)