Leio nas entrelinhas
Um desespero continuado,
A palavra errada
Dita inocentemente
Deixa cicatrizes duradouras.
Na introspecção do agora
Relembro o passado,
Como se dia feliz
Fosse revivido
Neste preciso momento.
Como posso dizer adeus
Se o agora dói
E já preconiza
Esse fatídico momento?
Deparo-me com um muro de pedra
No meu cortex sintetizado,
Uma barreira instransponível
Para a resposta irracional.
Como imaginar o agora
Se o amanhã não melhorará
E se o passado se revelou inseguro?
Uma densa camada
De água vaporizada
Tolda-me o julgamento,
Remete-me à despedida
Que tanto quero esquecer,
Quiçá evitar!
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