Sinto a retórica de um "porquê" desajeitado, questões fluem sem que para elas encontre resposta. Pequenas gotas de água tocam na pele sem que as sinta incomodar, e é bom sentir o seu tacto fresco e o aroma que levantam nas ruas de uma cidade cinzenta. As horas passaram sem que conseguisse parar por um segundo, ficando preso a uma inconstante cósmica que se revela mais irritante que a gravidade que me prende neste Mundo. Será assim tão complicado divagar? O término não é mais sensato que o começo, logo de manhã acordarei com o mesmo pensamento no cérebro, a mesma estática que me impele a lançar palavras, nunca as lançando. Que triste apanágio! Porque viajo sozinho, no meio dum silêncio demasiado melancólico?