terça-feira, 20 de março de 2012

Dormência

Sinto o cansaço de um longo dia,
Os olhos fecham
Contra a corrente da vontade,
Raiam vermelho vivo
Pelas imagens que absorveram
Em mais um dia prolongado.

Uma pequena dormência
Ataca todo o meu corpo,
Parece desligar-se,
Toma o controlo sobre uma mente
Que se releva sempre
Inquietada,
Carente de descanso.

domingo, 18 de março de 2012

Esperança

Dei tudo
Por um esboço de compaixão,
Uma pequena recordação
Do que uma vez foi
O presente.

Dei tudo
Por um simples amanhecer,
Acordar e esquecer
Que uma vez senti
Pesar.

Relembro diariamente
Breve passado,
Companhia fulgurante
Que nem assim pouco marcou,
Ditou uma vida, duas vidas,
Uma geração!

Nas horas de dor
Relembro que,
Em tempos,
Tive uma miragem
Do que sempre procurei.

Nas horas de dor
É essa miragem
Que me mantém à tona,
Esse desejo inabalável
De revisitar o passado,
Reatar o que,
Erroneamente,
Tomei como garantido.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Escrita Atonal

Preciso de voltar a sentir,
Caminhar em brasas
E partir,
Olhar nos olhos a eventualidade
De nunca mais os ver,
Procurar sentir algo
Nesta presa que me tornei,
Órfão de mente e sanidade.

És mera singularidade,
Perdição num momento de fraqueza
Que procuro nunca sentir,
Nunca viver,
Deixar esquecer,
Mesmo quando mil eternidades
Já se passaram
E mil ocorrências do sobrenatural
Já enfrentei,
Insanidade.

Nos pesares de uma desigualdade constante
Em composição atonal,
Uma quebra de ritmo surge por entre os intervalos
De uma chuva pasmada,
Uma estática que sempre esconde
A realidade nunca antes vivida,
Não separo sonho de sonho
Porque sonho sempre que vivo,
Apenas acordo na dor de não me lembrar do momento,
Não viver o momento,
Não sentir o momento,
Onde foi o momento?

Escrita talvez confusa,
Um nexo que se perde
Quando falta a palavra,
Falta o fio condutor
De toda uma trama que reclama voltar a viver,
Teima em não esmorecer.

sábado, 10 de março de 2012

Full Circle

In Time I Sleep,
This life I leave.

Close your eyes
And portray this last journey
With me;
It's only just a dream,
Let's be together at last.

My solitude
Keeps freezing life,
A shadow unveils
A will to be
With the unknown,
The impossible.

Can you ear my silent
Scream,
Open lungs filled with pain
Unencumbered by the cry
Of one last wish.

I failed in life,
Misery is just one lucky follower
Of my misfortunes,
Keeping me away
From your warm words
That prevail above
Any rational thinking.

Lust and famine,
Pestilence I desire
For thy creation
That separates the sea
Of my will,
Duality.

It starts to rain,
The leaves, fallen on pale ground,
Start to rotten,
Come full circle with life
As I shall be.

A stained, imperfect creation
Will forever stay incomplete
As long as it doesn't meet it's
Other half.

I only could have awakened
With your company,
Tides of misery continue to
Create enigmas,
One's personal Nero unleashed
By a rainy moonlight
That exhales deep urges
Of departing.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Succumbing in Redemption

Forgiven...
I give my last steps
With wind as my company,
A fortress of pain
Engulfs this existence
Like fire and brimstone
Propagate in the depths of hell

A river of solitude
Creates a wave of depression,
In sadness I look
For your last words,
In theses lost moments
I try to picture you
Standing by my side.

Yes, you've forgiven me,
But my grief stops
My redemption,
Standing in the doorway
Of judgment death whispers
A lullaby.

As I feel the cold touch
Of vanishing approaching
I know my time has came,
And although I don't want to succumb
I acknowledge my fate.

The wind touches my pale skin
And brings one last gulf
Of fresh air,
The last image i portray
Is the one where you and me are together,
Even though that's my life's illusion.

Buried underneath the cross
My soul is expelled from the body,
Now in my vast dreams
I may live happy being around you,
Oh death thank you
For freeing me.