domingo, 1 de agosto de 2010

Desabafo lírico



I - Redundância

O vazio está presente,
sempre presente,
nunca se dissipa,
nunca me deixa pensar.

Sinto-me incompleto,
sempre incompleto,
nunca vivo,
nunca me consigo completar.

Abismo profundo,
sempre profundo,
nunca explorado,
nunca terá fim.

Liberdade procurada,
sempre procurada,
nunca encontrada,
nunca terminará.

Redundância atingida,
sempre atingida,
nunca dela liberto...

II - Desejo

Por vezes gostava de voltar ao passado,
reencontrar-me com as raízes,
voltar a entender o porquê
de um destino tão malogrado.

Foge, passado de desilusões!
Quero ser livre, quero viver!
Livrar-me de todos os erros cometidos
e ser de novo produto de ilusões!

"Atiro-me para outro lado,
salto para o desconhecido.
Tenho um singelo vislumbre..."

III - Concretização, força.

Solo solitário,
protege a minha queda,
deixa-me navegar nas tuas imóveis
criações e sentir-me uno
com a natureza da criação!

Vou sentir-me de novo completo,
puro,
feliz,
acompanhado,
fora com a redundância,
reaparece diante mim e deixa-me viver!

Adeus e olá,
contradigo-me,
fujo à monotonia, escapo-me da rotina,
deixo de ser um robot e passo a ser apenas
um insignificante ser no meio de tantos outros
não conformados.

"Obrigado"



PS: Tenho perfeita noção que nada disto faz grande sentido, mas foi um desabafo lírico, nada mais. A música é mera cortesia, espero que agrade.

1 comentário:

  1. como nao apareceu o meu antigo comentario...

    adorei este teu desabafo, esta imensa viagem a que transportaste !

    ResponderEliminar