segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A estática do observador

Ao parapeito da janela
Observo a estática,
Corpos imutáveis
Permanecem na sua original posição,
Ignorando a melodia
Triste que emana
Da janela metafórica.

Tentam sentir algo
Que não compreendem,
Irracionais pedaços de matéria
Inorgânica
Olham directamente
Para um brilho ofuscante
De um céu verde,
Brilhante,

O piano lança acordes,
Sem piedade
Para com as almas perdidas
Nas folhas caídas
De um Outono que agora começa,
Negro.

De mão dada com o destino,
Projecção de sombra na sombra
De uma árvore
Perscruta o infinito,
Procura a razão de paradigmas sem sentido,
Frases soltas
Que marcam
O decaimento
Da Humanidade.

No fundo do tempo
Encontra-se a origem da razão,
Essa que se esconde
Como aquela criança que relembro feliz
Na sua ingenuidade.

Debaixo da mesma árvore,
Olhando para a mesma sombra,
Um tu que questiona o motivo
De tal ocorrência
Recebe resposta infantil
Sem se aperceber da futura
Hipotética
Falência
Do racional.

Já é noite,
O tempo voou;
Negro,
O Outono que agora começa.

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