terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Memória, Cérebro. Memória, Escrita


Revisito o passado com
Quentes lágrimas no rosto,
Quedas de água imensas que correm
Sem aparente destino,
Paradas por uma mão que afaga o rosto.

A revolta patente num corpo
Desmembrado mentalmente pelas amarguras
De um precioso gume afiado,
A dor sentida diariamente
Por um ser desfeito,
Dilacerado.

A distância do passado aumenta,
Largos são os passos dados pelo tic-tac
Do relógio biológico destruído.

Alimento para o corpo,
Necessidade calórica
Alegórica,
Não há força da natureza
Que consiga juntar de novo
As quebradas peças que compõem
Este sofrível decadente pensamento.

Sentido estrito sobreposto pelo lato,
Páginas cortadas em pequenas porções,
Memórias que não podem ser de novo reunidas,
Antigamente vividas,
Hoje fragmentadas,
Perdidas.

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